“Desconforto em ranchos, falta d'água, sol forte... nada importa.
Só estar em Juazeiro do Norte já vale a pena. Que efeito mágico esta cidade exerce!”
Nesta semana fui cativado por um texto de Paulo Leonardo Celestino Oliveira (
leocariri@hotmail.com). Um texto curto, mas revelando significados profundos e importantes nas questões relativas ás romarias juazeirenses. Celestino, embora não o conhecendo pessoalmente, me senti amigo atento às suas palavras. Ele mostra o amor pela cidade, o respeito pelas romarias e romeiros, reverência sincera e objetiva em relação à figura de Padre Cícero. Provoca ensinamentos e reflexões, entre elas me aproprio de um foco de visão.
Creio haver necessidade de uma compreensão empática das autoridades públicas, dos empresários, entidades religiosas, comerciantes, prestadores de serviços e da população juazeirense quanto ao poder e efeitos das romarias nas rotinas da cidade, e acredito até da região caririense.
Sim poder! Poder gerador de divisas, rendas e inúmeros benefícios, alguns concretos, outros subjetivos; todos fortalecendo cada vez mais a imagem de Juazeiro do Norte, em todo o país e principalmente de Padre Cícero Romão Batista, como disse Celestino, Padim “o modelo”.
As romarias precisam ser entendidas e compreendidas como forte potencial econômico, sem dúvida, mas esta visão é pequena demais considerada somente neste parâmetro. Juazeiro do Norte nos momentos das romarias não é cidade somente dos residentes juazeirenses, é sim de todos: romeiros visitantes e moradores da cidade.
Interessante deve ser algum estudo sobre as redes de relações entre tais personagens, mas um aspecto merecedor de urgente atenção, creio ser um planejamento que focalize romeiros e residentes numa busca permanente da aplicabilidade de conceitos como a excelência no atendimento das necessidades de ambos. Questões como pousadas, alimentação, higiene, segurança, emergências, pontos de recepção, orientação, transporte interno e exploração de pontos turísticos, são entre outros temas merecedores de estudos, planejamento e programação envolvendo todos os segmentos juazeirenses.
Podemos imaginar desde a chegada das mais diversas romarias até a partida dos romeiros, todos estabelecendo relações fundamentadas na qualidade, atenção, calor humano, respeito, informação, orientação clara, resolução de necessidades emergentes, programas facilitadores (nos casos de portadores de necessidades especiais, idosos) e serviços públicos objetivamente preparados para o atendimento com nível de excelência. É possível? É utopia?
Entre os paradigmas “VENDER’ e o “CATIVAR” não há que haver necessariamente conflitos exatamente o contrário é verdadeiro, são termos que se praticados com ética e visão de futuro; geram benefícios a todos os envolvidos.
Imagine-se, por exemplo, durante as romarias um grande grupo de pré-adolescentes preparados de forma holística e objetiva para ampliar visões e oferecer apoio aos romeiros que chegam à cidade para celebrações diversas. Um projeto focando tal cenário tomei a liberdade de oferecer para algumas lideranças locais. Trata-se do projeto “OS MENINOS DE PADIM”. Mas imagine-se também um serviço de cadastramento público que ofereça meios de agilização entre pousadas, circulação e prestadores de serviços para com os romeiros. Com o uso da internet disponível hoje em dia tal serviço seria de fácil implantação. Podemos ainda imaginar a oferta de maior conforto e segurança aos visitantes seja quanto aos momentos de descanso, alimentação e necessidades vitais ligadas á saúde e higiene. Estudos e planejamento envolvendo setores da cultura, urbanismo, empresariado e entidades parece ser necessário e muito produtivo. É uma questão de Educação, com “E” maiúsculo sim.
Imagine ainda, no final das romarias todos os visitantes seguindo de volta aos seus lares encantados com um atendimento exemplar e com condições desejáveis quanto à permanência na cidade e assim tornam-se multiplicadores da imagem de Juazeiro do Norte, de como a cidade trata seus visitantes como dignos de tal missão, pois além de traduzirem em resultados financeiros, eles, os romeiros sendo atendidos com tal excelência, principalmente como resultado de uma prática certamente aprovada plenamente por Padim.
Caro Celestino, tens razão ao dizer “Que efeito mágico esta cidade exerce!”. E veja, mais um destes efeitos mágicos é da provocação deste encontro, mesmo que virtual, entre este caipira paulista, com você um idealista apaixonado pela Juazeiro do Norte, matriz sócio-religiosa da América Latina, mesmo que através de pequenos textos, mas com grandes sonhos utópicos, por enquanto.