Dizem que a sociedade ocidental está mais materialista e individualista. A ciência e o saber humano cada vez mais avançado faria a religiosidade se tornar gradativamente obsoleta. Isto pode acontecer em alguns lugares, mas não no interior deste imenso Brasil, especificamente o nordestino, tendo como epicentro Juazeiro do Norte.
As romarias que acontecem nesta cidade constituem um verdadeiro fenômeno, começaram no episódio do "milagre da hóstia' no século XIX e de lá para cá só têm crescido. Não adiantou a Igreja da época perserguir o padre Cícero, não tiveram efeito o passar dos anos, e nem a chegada do rádio e televisão.
A cada ano são mais e mais ônibus e caminhões trazendo milhares de pessoas, desde o humilde agricultor até o turista convencional, que vem por curiosidade em conhecer a terra do padim nestes dias especiais. Mas todos têm algo em comum, são rostos felizes cheios de fé e esperança, rostos que percorrem esta cidade santuário, crentes em estarem na sua terra prometida. Desconforto em ranchos, falta d'água, sol forte... nada importa. Só estar em Juazeiro do Norte já vale a pena. Que efeito mágico esta cidade exerce!
Não há como não se contagiar e se emocionar na hora da despedida em que todos levantam o chapéu e cantam: Adeus, adeus, adeus Maria... É de encher os olhos de lágrimas.
Os romeiros nos escolheram como parte de suas famílias, é de suma obrigação trabalharmos para sempre melhor acolhermos nossos nobres visitantes. Mas voltando ao início da discussão, romaria é coisa de gente ignorante e desinformada? Claro que não, é algo que exprime vários dos sentimentos nobres dos seres humanos: união, compaixão, esperança, fraternidade. Seria idolatria ao padre? Absurdo! É reverência a alguém que foi o exemplo, o modelo.
Agora é o fim da romaria de Nossa Senhora das Dores de 2011, os ônibus começam a partir. Desde já, agradecemos pela visita. Até logo irmãos romeiros, até o ano que vem. Sejam sempre bem vindos a Juazeiro do Norte, terra do Pe. Cícero.