População vestida de preto espera transporte após a missa do dia 20.
Manhã de domingo, logo nas primeiras horas do raiar do Sol uma multidão oriunda da área do Memorial Pe. Cícero e da Capela do Socorro espalha-se pelas ruas. A característica das pessoas, a maioria vestida de preto, logo esclarece o mistério: é dia 20, ou seja, a poucos instantes havia terminado a tradicional missa em memória do Pe. Cícero Romão Batista. Ordeiramente, milhares de populares dirigem-se para suas casas ou para os terminais rodoviários levando no rosto o semblante de paz e devoção.
Esta cidade é mesmo fascinante. Embora saibamos deste costume mensal da população, não deixamos de nos encantar com toda esta reverência e misticismo. Juazeiro do Norte é uma cidade singular, toda a sua tradição brota do coração de seu povo. O chapéu de palha, o vestir-se de preto, os benditos, é tudo genuinamente nosso. Destinos turísticos religiosos pelo Brasil e pelo mundo afora não faltam, mas só aqui se vive e se sente os ensinamentos de um emissário da oração. Só aqui esta essência romeira é transmitida de geração em geração e se fortalece cada vez mais.
É impressionante como a chegada do progresso não quebra esta cadeia religiosa, pelo contrário, torna cada vez mais sólida. Prova cabal que a reverência a padre Cícero não é fanatismo, e sim uma filosofia de vida de uma gente. Gente que agiganta continuamente esta cidade. Bendito seja o povo de Juazeiro do Norte!
Capela do Socorro após a missa.