A riqueza gerada no Ceará continua concentrada. Em 2009, dez municípios no Estado foram responsáveis por 68,8% do Produto Interno Bruto (PIB) cearense, sete deles situados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) - Fortaleza, Maracanaú, Caucaia, Eusébio, Horizonte, São Gonçalo do Amarante e Maranguape. Os outros três centros que congregam a maior parte da produtividade estadual são Sobral, Juazeiro do Norte e Crato. Os dados são do levantamento "Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009", divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Capital lidera
Somente a Capital é responsável por quase 50% das riquezas que são geradas no Ceará. O Produto Interno Bruto a preços correntes em 2009 de Fortaleza somou R$ 31,7 bilhões, sendo que, no Ceará, esse valor foi de R$ 65,7 bilhões. Numa distante segunda colocação, vem Maracanaú, com PIB calculado em 3,5 bilhões e participação de apenas 5,3%.
Mesmo com os esforços de descentralizar essa geração de riquezas empreendidos pela gestão estadual, a fatia da Capital cearense no bolo do PIB local só aumenta. "É onde as oportunidades são mais atraentes e onde tem mais mão de obra qualificada", destaca o economista Carlos Manso, pesquisador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), ligado à Universidade Federal do Ceará. A localização geográfica, conforme explica Manso, também é um fator que soma pontos a favor da Região Metropolitana de Fortaleza na atração de novos negócios, e mesmo a política de incentivos ofertada pelo Estado para quem fica mais distante, acaba não compensando, quando a RMF possui fatores logísticos e humanos mais consolidados.
"Não vou me instalar em um local sem uma logística para transportar o meu produto, e se não tiver mão de obra e tecnologia. O poder público pode trabalhar muito nesse sentido", afirma o pesquisador.
Qualificação é saída
Manso cita a implantação de mais universidades e escolas técnicas pelo Interior como agente de mudança nesse perfil estadual, no qual de um ano para outro manteve os mesmos municípios na ponta da geração de riquezas. "O conhecimento gera a transformação das cidades e a criação de polos. No mais, é levar infraestrutura, estradas e água", diz. Tais melhorias devem ser levadas logo a municípios como Granjeiro, Pacujá, Altaneira, Baixio e Antonina do Norte, que possuem os menores PIBs. A riqueza produzida nesses centros, somada, corresponde só a 0,16% da estadual.
Fonte: Diário do Nordeste
Nota: Para concorrer com a Região Metropolitana de Fortaleza, só mesmo muito planejamento e competência, coisa que só vemos por outras bandas, pois quem tem educação nota 10, porto seco, parque industrial forte e um novíssimo aeroporto terá este gabarito. A frase resume tudo:
"Não vou me instalar em um local sem uma logística para transportar o meu produto, e se não tiver mão de obra e tecnologia. O poder público pode trabalhar muito nesse sentido".