Vamos começar uma série de postagens procurando enfocar os principais problemas que afligem a população de Juazeiro do Norte. Faremos um breve comentário de introdução e daremos sugestões procurando viabilizar soluções e colaborar com o debate de ideias. Claro que não somos os donos da verdade, por isso contamos com a participação dos leitores para criticar e somar cada vez mais.
Hoje vamos falar um pouco da saúde pública. Recentemente foi divulgado um estudo do Governo Federal demonstrando o grau de satisfação da população em relação ao serviço de sua cidade, e Juazeiro do Norte não foi nada bem, ficando nas últimas colocações em relação ao Cariri, ao Ceará e ao Brasil.
A saúde é um sistema. Como todo sistema, tudo está relacionado, tudo depende do outro. É como nosso corpo, se algo não está legal, mesmo se for uma simples unha quebrada, todo o sistema não funcionará 100%. E você sentirá sempre aquele incômodo que não deixará você totalmente sossegado.
Esse sistema de saúde falha logo na calçada de nossas casas. O que encontramos lá? Os esgotos a céu aberto. Naquela lama fedorenta corre todo tipo de micróbios responsáveis por várias doenças. E lá vão as crianças brincar perto com os pés descalços. Ou nós mesmos pisamos na lama e entramos em nossas residências levando os germes. A verdade é que não adianta o governo construir centenas de postos da saúde sem atacar o problema do saneamento básico. Serão milhares de doentes lotando os postos sempre. Portanto, 1° pré-requisito: REALIZAR SANEAMENTO BÁSICO.
Vamos então para a chamada porta de entrada do sistema: os postos de saúde. Atualmente funcionam as equipes de Estratégia de Saúde da Família (antigo PSF). Juazeiro é muito grande e precisa de muitas equipes. Realmente é algo dispendioso. Contudo, há mensalmente o incentivo enviado pelo Governo Federal para ajudar nas despesas. Historicamente, os postos de saúde de Juazeiro convivem com faltas periódicas de insumos. Faltam luvas, falta soro fisiológico, faltam remédios. Faltam até médicos! Pelos salários baixos em relação aos outros municípios, esses profissionais não se sentem atraídos. E os que ficam acabam sobrecarregados. Tem também os outros profissionais: enfermeiros, odontólogos, técnicos de enfermagem, etc. Apesar de não haver escassez destes últimos, não há um programa de incentivo à ascenção profissional, pois não existe um plano de cargos e carreiras. Ou seja, não adianta o profissional investir num curso de especialização ou mestrado porque seu salário não mudará em nada. E quem investe acaba procurando outro empregador. 2° pré-requisito: MELHORAR A INFRAESTRUTURA DOS POSTOS DE SAÚDE E INVESTIR NOS RECURSOS HUMANOS.
Após passarmos pela atenção básica, iremos agora para os hospitais e clínicas, a chamada atenção secundária. Houve uma evolução no presente, com a chegada do Hospital Regional e os hospitais municipais. Infelizmente houve o fechamento do Hospital Santo Inácio. Mas há a expectativa para a construção das UPAs, da chegada do SAMU e a construção das policlínicas pelo governo do estado. Atualmente a população sofre muito com a marcação de exames e poucos serviços especializados disponíveis. São necessárias muitas UPAs, mais CEOs e mais policlínicas. 3° pré-requisito: EXPANDIR OS SERVIÇOS ESPECIALIZADOS.
Precisamos uma mudança de rumo, um giro de 180° na gestão da saúde para tirar Juazeiro da condição vexatória exposta para o país. Não adianta pedir mais dinheiro para Dilma, é preciso boa gestão dos recursos. E a culpa não é só desta administração, isso já vem do passado provocando uma verdadeira bola de neve.
Brilhante exposição sobre nossa saúde. Concordamos que situações socio-ecomonicas permitem desdobramentos diferentes. Dividindo a saude em 3 setores: primario, secundario e terciario, podemos dizer: o primario não tem 100% de cobertura por parte da saude da familia; o secundario se limita a saude-materno infantil, enquanto traumatologia, cirurgia e clinica médica por falta de serviço especifico desde o fechamento do Santo Inacio superlotam a atenção terciaria em nossa cidade, representada pelo HRC. Na odontologia o CEO faz o papelo de atenção secundaria, como anda este serviço e a cobertura odontologica na saude primaria??
ResponderExcluirA cobertura odontológica é mínima, há cerca de apenas 30 equipes de saúde bucal para 60 de PSF. Os dentistas atendem sufocados nas equipes, pois é muita gente, e a população realmente precisa de serviços. São necessárias e urgentes muito mais equipes de odontologia.
ExcluirBem oportuna todas as suas colocações sobre a saúde Juazeiro do Norte - Ce está na UTI. Bem destacado também a falta de insumos nos postos de saúde, como também a falta de planos de cargos e carreiras para profissionais por você citado. Agora esqueceste de um profissional que é bastante esquecido e até mesmo marginalizado, que é o AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. É ele que apresenta o real estado de saúde da família juazeirense. Sem contar que os recursos adquiridos junto ao Governo Federal, é oriundo da existência desses profissionais, Pois são eles que alimentam o SIAB.
ResponderExcluirAcrescento os atendentes de saúde bucal, os profissionais do NASF (psicólogos, educadores físicos, nutricionistas, farmacêuticos, etc), como também o pessoal de apoio, como os auxiliares de serviços gerais, os motoristas, etc. Claro que tem solução, mas é uma questão de gestão. Perfeição não existe, pode-se melhorar para níveis aceitáveis. Não é apagando incêndios, ou seja, fazendo mutirões que a população será verdadeiramente assistida. Essa história de mutirões conheço desde a gestão passada.
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