Desenvolvimento diante de crise internacional: será que estamos comemorando demais?

Muito tem se falado em todos os jornais, sites e inclusive neste blog sobre o crescimento econômico que o Cariri, Juazeiro especialmente, tem vivenciado nestes últimos anos. E não é para menos: Hiper Bompreço, Atacadão, Maxxi, duplicação do Cariri Shopping, Shopping Juazeiro, concessionárias, empresas aéreas, etc. Estamos todos entusiasmados com tanta mudança em tão pouco tempo, com tanto progresso. Mas será que estamos exagerando ao comemorar demais e esquecendo alguns projetos de sustentação econômica?

Hoje o Diário do Nordeste, em seu caderno Negócios, apresenta uma série de reportagens sobre a crise internacional e alguns efeitos no Brasil. A produção industrial caiu 3%, a produção e vendas de veículos diminuiu cerca de 10%. No setor têxtil do Ceará foram dispensados em média 2.000 trabalhadores.

E o governo de Dilma já vem procurando usar alguns artifícios para a economia brasileira não cair de vez, como é o caso da diminuição dos juros com consequente estímulo ao consumo interno.

É difícil ainda imaginar alguma crise por aqui, hoje mesmo flagrei outro lançamento de prédio residencial. Fica vizinho ao Office Cariri, no terreno onde foi o estacionamento provisório do Cariri Shopping nas festas de final de ano. É um prédio da WR, suspeito que seja o Juazeiro Gran Residence.

Novo lançamento da WR.

Também fui hoje pela manhã no Hiper Bompreço, pensei que faria a feira tranquilamente pois teoricamente o local estaria quase vazio devido ao dia das mães. Belo engano! O movimento surpreendeu até aos funcionários das lojas, era tanta gente nos caixas que tinha até gerente ajudando nas vendas.

Muito movimento no Hiper Bompreço Juazeiro do Norte.

Bem ali perto também o Cariri Shopping registra recordes de movimentação nesta semana de inaugurações da expansão. Mas será que sofreremos algum freio? Afinal vivemos num mundo globalizado e fica difícil escaparmos ilesos dessas crises. Devemos sim aproveitar este momento de vacas gordas para buscarmos os projetos que tornem este nosso desenvolvimento duradouro. Por um lado há a instalação da UFCA, a qual promoverá grande crescimento com a contratação de funcionários e professores, além dos alunos de várias cidades ao redor que virão. Mas infelizmente equipamentos como o Porto Seco estão sendo esquecidos ou negligenciados como o aeroporto. Eles poderiam fomentar nossa cadeia de produção a partir do aproveitamento da Transnordestina e de rotas internacionais.

A prefeitura, por sua vez, deveria tocar os projetos estruturantes de Juazeiro do Norte para adequar esta cidade diante desta realidade metropolitana. Mas o que vemos é o governador se responsabilizando até por praças. O pouco que se promete acaba emperrado na Caixa ou na Semace, pelo menos são estas as desculpas. Se por acaso a crise chegar para valer, aí então vão falar que falta dinheiro!

Comemorar é muito bom, mas ter os pés no chão e se prevenir também é necessário.