Uma nova doença ataca alguns políticos. |
Ao longo da História, o ser
humano foi continuamente desafiado pelo surgimento de poderosas doenças. Em
épocas diversas, grande parte da população foi dizimada por moléstias como a
peste negra, gripe espanhola, e, mais recentemente, a AIDS.
Estamos
agora diante de um novo desafio, particularmente aqui no Brasil. Surgiu uma
doença muito peculiar: ela se disseminou pelas células do país, os municípios.
Neles está afetando poucas pessoas, mas seus efeitos repercutem em toda a
sociedade. Alguns políticos, assim como seus seguidores, estão contaminados pela
Síndrome do Atraso Político.
Ainda
não descobrimos qual seu agente etiológico, ou seja, se é causada por vírus ou
bactérias. Contudo, conhecemos alguns de seus sintomas: basicamente causa
alterações comportamentais e inflama o egocentrismo das pessoas acometidas.
Estas
pessoas ficam tão obcecadas em defender o seu grupo político, seja de situação
ou oposição, que terminam não enxergando a destruição contínua das instituições
municipais, seja o Executivo ou o Legislativo. O embate de interesses entre os
poderes chega a ser quase irracional.
Como
resultado desta guerra, projetos importantes para as cidades podem deixar de
ser votados ou serem boicotados. Continuarão os esgotos a céu aberto, o
trânsito caótico, as crianças pedintes nos semáforos, a falta de merenda
escolar, o caos na saúde, o lixo acumulado, dentre tantos problemas cada vez mais sem
soluções.
Esta
desarmonia entre os poderes pode até afugentar os investimentos privados, pois
alguns empresários, além de visarem ao lucro, também valorizam a solidez das
instituições públicas como garantia para a instalação de seus empreendimentos.
Difícil
encontrar um tratamento para os acometidos pela Síndrome do Atraso Político.
Poderíamos pedir ajuda aos americanos, pois parece que eles possuem uma vacina.
Lá também existem grandes embates de ideias; porém, quando o resultado das
urnas é computado, todos se unem em torno do desenvolvimento do seu país.
Mas
como todo doente busca a sua cura, ainda há tempo dos políticos se redimirem.
Esperamos que façam um exame de consciência e pensem realmente em prol da
população, de modo que o homem simples, de norte a sul do país, do Oiapoque ao
Chuí, tenha orgulho de seu voto.
Precisamos
investir nas novas gerações, ensinando os princípios da cidadania, onde o bem
coletivo promoverá o bem individual. Só assim nossos filhos adquirirão os
anticorpos contra a Síndrome do Atraso Político!
Paulo Leonardo Celestino