Quando morava em Recife, há alguns anos atrás, época de
chuvas significava tempo de grande transtorno e dor de cabeça. A bela cidade
litorânea cortada por inúmeros rios rapidamente era inundada pelas águas. Os
canais que acompanhavam as grandes avenidas, como a Agamenon Magalhães,
transbordavam e estabeleciam o caos no já complicado trânsito.
Juazeiro do
Norte se encontra cerca de 600km distante da capital pernambucana, numa região
com bons índices pluviométricos mas inferiores aos do litoral, e possui
praticamente um rio, o Salgadinho, bem nos extremos da zona urbana. Apesar
disto, já sofre os mesmos dilemas estruturais de Recife.
A Terra do Pe.
Cícero cresceu, tem até faculdades e shoppings, mas esqueceu de cuidar do
saneamento e da drenagem das águas. Com apenas uma chuva mais forte, a cidade é
despedaçada como se tivesse enfrentado um furacão.
Sucessivos
governos municipais passaram e a questão do saneamento foi literalmente varrida
para debaixo do tapete. Muitos deles alegaram a falta de dinheiro ou a
não-atribuição da prefeitura em relação à sua execução. Mas afinal, de quem é a
responsabilidade pelo saneamento básico e drenagem de Juazeiro do Norte? Seria
da Cagece? Ou do Governo Federal?
Independente
de quem seja esta prerrogativa, o estopim para a solução deste grave problema deve
ser aceso pelos representantes do povo juazeirense. Nesta lista são incluídos o
prefeito, os vereadores e os deputados estaduais e federais.
Basta de brigas
políticas, onde um torce pelo fracasso do outro. A cidade não pode mais
esperar. O tapete está prestes a explodir.
Não queremos
um salvador da pátria. Necessitamos sim de uma verdadeira comunhão de forças!
Paulo Leonardo Celestino