Um país em revolta
Certa
vez li, numa revista de grande circulação nacional, sobre a pequena capacidade
de mobilização na vida real através das redes sociais. Ou seja, neste ambiente
virtual muitas pessoas protestavam contra os mais variados motivos, mas no
momento de transformar estes protestos em manifestações de rua, pouca gente
aderia. Para surpresa de todos, isto mudou!
Nos
últimos dias, sob a organização das redes sociais, uma onda de manifestações
populares tem sacudido o país de norte a sul. Tudo começou com protestos contra
o aumento das passagens de ônibus nas grandes capitais, depois incluíram na
lista os gastos públicos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Foram
somadas também as crises da educação e da saúde, além da votação da emenda PEC
37, aquela que tira o poder de investigação do Ministério Público. Pelo
conjunto, milhares de brasileiros, na realidade, externaram seu
descontentamento com a corrupção e a ineficiência de gestão dos nossos
políticos.
Sabem
aquela história da pessoa que é calma e quieta, mas quando é provocada ao
extremo termina explodindo com a fúria de um vulcão? Parece que isto está acontecendo
com o Brasil.
As
denúncias de corrupção, superfaturamento e atraso em obras públicas são
diárias. O caos no trânsito é crescente e reflete a falta de planejamento das
cidades brasileiras. O transporte público é totalmente ineficaz. Médicos e
remédios faltam em vários postos de saúde pelo país. Professores são notícia
nacional com o corte de parte de seus vencimentos. O vulcão do brasileiro
juntou, juntou, não aguentou e explodiu!
Infelizmente,
em meio a centenas de milhares de pessoas durante os atos nas ruas, alguns
aproveitam para realizar atos de vandalismo e depredam as cidades, manchando a
manifestação de caráter espontâneo e sem conotação partidária.
Esperamos
que os políticos se sensibilizem e acordem de uma vez por todas, pois seus atos
de corrupção e descaso para com a população podem até não resultar em prisão,
mas são capazes de enfurecer o povo em proporções antes inimagináveis!
Paulo Leonardo Celestino