Hoje
Juazeiro do Norte, pela sua emancipação oficial, completa 102 anos. Para esta
data tão especial queria elaborar um texto em homenagem à nossa cidade. Mas o
que eu poderia enfocar para bem ilustrar esta terra sagrada? Seria falar sobre
o crescente progresso com a chegada de grupos nacionais e internacionais para o
comércio, ou o mesmo progresso com a instalação de inúmeros cursos
universitários? Seria pertinente a
ineficiência do poder público em acompanhar o investimento privado? Ou os
efeitos indesejáveis de um crescimento desordenado como o trânsito caótico e a
violência? São todos aspectos bem atuais de Juazeiro do Norte, mas bem
genéricos, pois quase toda grande cidade brasileira também os possui.
Já Juazeiro
do Norte não é apenas uma cidade grande, é uma cidade singular! Merece um
enfoque especial! Inúmeras ideias para escrever surgiam em meus pensamentos,
mas eu as considerava insuficientes para ilustrar nossa singularidade. Eis que
num passeio em família sou confrontado com uma cena determinante: presenciamos
vários romeiros chegando numa comitiva de bicicletas! Eram cerca de 20 pessoas,
cada um carregando no seu transporte uma cesta com roupas e mantimentos.
Não sabíamos
a sua procedência, apenas víamos nos seus rostos a expressão do cansaço e da
satisfação. Era o sacrifício de pedalar sob o Sol causticante do sertão até
conseguir realizar a grande meta: visitar a terra de seu padrinho.
Uma cena
para nós, juazeirenses, bem corriqueira. Afinal, todo dia chegam romeiros vindos
de vários lugares do Nordeste, e de todas as formas: carregando uma cruz a pé,
de ônibus, de caminhão pau-d’arara... Contudo, aqui está a chave! Qual outra
cidade exerce um poder de atração tão grande, que faz milhares de sertanejos
saírem de suas casas, atravessarem centenas de quilômetros em condições
desconfortáveis a fim de professar sua fé?
Esta
simplicidade, esta força de vontade é o que nos define! Somos todos romeiros da
vontade de trabalhar, de fazer prosperar esta terra! Somos todos romeiros inspirados
num exemplo de vida de um homem: Pe. Cícero Romão Batista.
Pelos seus
ensinamentos, acreditamos que Juazeiro do Norte nasceu para marcar seu lugar na
história. Aqui o ar se respira diferente. Existe uma energia nas pessoas. É a
atmosfera de um misticismo bem peculiar, o qual serve de alimento para fazer
este lugar crescer.
Que neste 22
de julho ganhemos força para também combater nossas deficiências, como a falta
de planejamento e infraestrutura, sempre cobrando de nossos governantes com
altivez, e ao mesmo tempo, com civilidade. Neste 22 de julho, parabéns a todos nós!
Paulo Leonardo Celestino