De
um modo em geral, a saúde pública no Brasil vem evoluindo bastante.
Hoje já existem postos de saúde nas mais longínquas localidades,
tratamentos mais complexos são realizados em centros de especialidades
médicas e odontológicas, e há remédio de graça até para a AIDS.
Contudo,
a reclamação da população, especialmente em Juazeiro do Norte, é
diária. Reclamação por falta de médicos, por falta de remédios, pela
demora em realizar um exame. Quanto mais se constroem postos de saúde,
quanto mais se compram remédios, quanto mais profissionais de saúde são
contratados, mais doentes aparecem! Por que razão isto acontece?
Para
esta pergunta podem existir inúmeras respostas, mas há um fator
determinante em nossa cidade que não gostamos muito de enxergar: os
esgotos a céu aberto. Pode-se afirmar que os juazeirenses convivem com a
doença à sua porta.
Assunto
nebuloso para os governantes. Obra cara, cheia de transtornos,
escondida no chão. Para a população significa sua rua bloqueada por
várias semanas para a colocação da rede de esgotos e depois a certeza de
mais uma taxa para pagar! Conferindo dados atualizados, apenas cerca de
34% dos domicílios juazeirenses possuem acesso à rede de esgoto, sendo
que a adesão é baixíssima!
Esta
"economia" momentânea dos governos e da população em relação à
instalação e utilização do saneamento básico está sendo cobrada com
juros e correção monetária. Não são à toa os casos de diarreia, de
dengue, de doenças parasitárias. Com isso, o retorno dos mesmos
pacientes às unidades de saúde é recorrente.Haja mais remédios, haja
mais exames. O sistema de saúde vive no seu
limite financeiro.
Prejuízo
também para a cidade com os constantes buracos causados pelas
infiltrações no asfalto, além de causar vergonha perante os turistas que
nos visitam.
Para
piorar
a situação, os esgotos começam a contaminar nossas reservas de água
potável. Não há mais tempo. A ampliação da rede de coleta de esgotos
precisa entrar definitivamente na agenda de nossos representantes, assim
como a população precisa se conscientizar da importância de sua
utilização. Mecanismos de incentivo para a adesão são possíveis, basta
vontade política!