Destinada a crescer. Assim é Juazeiro do Norte. Em muitos lugares pelo Brasil afora podemos observar um motor específico de desenvolvimento, seja uma siderúrgica, uma montadora de veículos, enfim, um empreendimento de grande porte patrocinado por incentivos e suporte dos governos. Já em Juazeiro do Norte, a iniciativa é individual.
Iniciativa de um empresário que decide investir numa faculdade, de outro que se propõe a construir casas, e de mais um que resolve abrir um supermercado, e de mais um, e de mais um... A árvore do desenvolvimento vai se ramificando em incontáveis galhos e gerando frutos!
O poder público na terra do Pe Cícero permaneceu por muitos anos meio adormecido. Parece que vem acordando. Não há mais tempo a esperar. As ruas estreitas do Centro não suportam mais a quantidade de veículos. Novas avenidas estão sendo construídas. Espaços tradicionais de convivência, como a Praça Pe Cícero, encontram-se depredados. Projetos de revitalização são planejados. É um bom começo, mas os esgotos a céu aberto sempre serão inadmissíveis. O aeroporto implora por reformas. Não para atrair do princípio, mas para se ajustar à demanda consolidada. Várias outras pendências também aguardam resolução.
É realmente impressionante o ritmo de crescimento. Lembro que até o início de minha adolescência, passar pela rotatória Crajubar significava praticamente sair da cidade. Ir até a Lagoa Seca parecia uma pequena viagem. Hoje já houve até confusão com os limites territoriais, porque as construções desenfreadas ultrapassaram as barreiras geográficas do município.
Olhando Juazeiro de longe, lá estão os arranha-céus imponentes. É o contraste da modernidade com a tradição. As romarias, o chapéu de palha, a sala do santo, as renovações, o reisado, as procissões. A cidade da iniciativa individual para a coletividade herdada pelo padre Cícero. Que seus filhos aprendam cada vez mais a cuidar de seu lar. Parabéns, Juazeiro do Norte!
Paulo Leonardo Celestino